Injustiça
(...)
Não foi para morrer que nós nascemos,
não foi só para a morte que dos tempos
chega até nós esse murmúrio cavo,
inconsolado, uivante, estertorado,
desde que anfíbios viemos a uma praia
e quadrúmanos nos erguemos. Não.
Não foi para morrermos que falámos,
que descobrimos a ternura e o fogo,
e a pintura, a escrita, a doce música.
Não foi para morrer que nós sonhámos
ser imortais, ter alma, reviver,
ou que sonhámos deuses que por nós
fossem mais imortais que sonharíamos.
Não foi.
Jorge de Sena
Etiquetas: Educação
3 Comentários:
Sim. Não nascemos unicamente para morrer! E o que nos andam a fazer é transformar a nossa vida em algo em que a única meta parece ser a morte! Morte dos entusiasmos, morte dos afectos, morte da alegria de ser, de estar, de ensinar de passar testemunho... A Educação é um caminho que trilhamos como condenados! Gostei muito desta reflexão do Sena adequada à educação!Jinho carinhoso!
Tenho andado ausente porque demasiado ocupado. Mas agora que a vim espreitar, verifico que continua sempre activa e atenta ao seu mundo interior, bem como ao mundo imenso que a rodeia. A educação e, nomeadamente, a vida dos professores, parece-me, actualmente, desesperante. Que desagradável deve ser sentir-se desgastada, humilhada, maltratada, desrespeitada, depois de ter dado tanto de si à escola, aos seus alunos ... E tantos que a vão recordar como a pessoa animada e intrigante que os instigava na descoberta de livros e de autores ou na correcção e requinte da expressão escrita e oral!
Deixe! A noite há-de terminar, e alguém irá ter a ousadia de pôr termo a tanto erro e a tanta injustiça. Até sempre!
Lembre-se da minha admiração!
R S.
Urge mudar, procurar a razão, não viver a vida como condenados, ousar pensar, respeitar o próximo, entender que estamos todos do mesmo lado... a Educação.
Filipe Fino
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