quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Nós

'Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta."
Guerra Junqueiro, PÁTRIA, 1896.

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3 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Pobre povo!
Lá vamos andando e gemendo como a Salve-Rainha.
Enfim...

15 de outubro de 2008 às 12:23  
Blogger Jelicopedres disse...

Um texto tão actual que, até "dói"...!


Para amenizar um pouco.
Bolo de Chocolate p/ a Fátima em:
http://pecadosveniais.blogspot.com/

Um beijinho para si.
Teresinha:)

17 de outubro de 2008 às 10:58  
Anonymous Anónimo disse...

A revolução em curso? Agora que dói no bolso é que esqueçemos os valores de um povo nobre. Um povo que apanhava o "combóio operário" às seis da manhã. Fatalidade? Sonâmbulismo? Não! Riqueza nacional!
A verdade é que tratámos muito mal o povo que que trabalhava, o povo que deu riqueza a este "vendido" Portugal.
Filipe Fino

17 de outubro de 2008 às 18:45  

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