Ressaca
Soaram por toda a parte
Festanças, danças, imensas,
Convivas brindando à lua
Do ano novo, já feito velho.
E o calendário repleto das mesmas ideias
Repetidas indefinida e rotineiramente
Neste mundo pobre, deste ano que entra.
Bêbados erguem as taças cristalinas,
Mulheres molham os lábios escarlates,
Todos com frases gastas nas bocas
A brindar, a brindar, a brincar...
Augúrios de circunstância, fugazes,
Amarguras bem enterradas
Nos brilhos dos trajes de gala.
Ano foi, ano vem,
A desfiar, a desafiar
Esperanças soltas, loucas
Desejos convictos, infinitos.
E no dia seguinte, nas sobras,
Nos restos, há o cansaço real,
Na ressaca da vertigem nocturna,
À espera da dor anual e habitual.
Etiquetas: Desabafos
4 Comentários:
É assim a vida! Um ciclo de desgastadas repetições que antecipadamente conhecemos, mas também com tantas incógnitas, num futuro, para além dessa roda cíclica…
Foi o tempo quem determinou. Hoje não faço parte da festa, assisto de longe. No entanto, era bem melhor senti-la, com uma alegria genuína e sincera, quando tinha 20 anos.
Desejos de Bom Ano Novo
Um beijinho
Pois é Juja! Aos vinte anos tudo se abria diante de nós e acreditávamos no amanhã! A novidade era constante. Nesse tempo, o mundo, para nós, era novinho em folha... Agora, as coisas são bem diferentes e eu vejo um mundo cheio de hipócrisias e desamores... Felizmente que, de vez em quando, tenho lampejos de esperança...
Obrigada pela visitinha e até sempre! Jinhos
São "os lampejos de esperança", que nos reservam momentos serenidade e confiança...!
:)
Completamente de acordo com tudo o que escreveste.
"Rotinices"!( acho que inventei um vocábulo, ou não, Senhora Professora??)
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