Ver Claro
Toda a poesia é luminosa, até
a mais obscura.
O leitor é que tem às vezes,
em lugar de sol, nevoeiro dentro de si.
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar
outra vez e outra vez
e outra vez
a essas sílabas acesas
ficará cego de tanta claridade.
Abençoado seja se lá chegar.
Eugénio de Andrade
Etiquetas: Outras Vozes
5 Comentários:
Lembrei-me dum outro poema do mesmo autor “ passamos pelas coisas sem as ver,
Gastos como animais envelhecidos; (…)” Pode ser a razão porque não vemos a poesia que há nas coisas. E se não vemos essa, como perceber a mais obscura?
Um abraço
Filipe disse....
Vim espreitar este meu querido espaço, vinha em busca de inspiração para o dia da Mãe, mas vim cedo demais. Ainda assim encontrei a poesia simples e que nos dá força.
Bem preciso de muito força lindo poema, um grande beijinho.
Belo poema, linda imagem!
Como sempre...
;)
Agora sim, posso "ver claro"... e dizer, olá Fátima!!!
Se há coisas boas que acontecem, esta, foi uma delas.
Conhecê-la pessoalmente, assim como à sua mãe, (tão querida), foi lindo!
Um abracinho para as duas. (^_^)
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial