sábado, 5 de janeiro de 2013

Posso?


Até hoje, nunca fui a uma consulta ao Centro de Saúde sem que, no momento em que exponho à médica de família as minhas  questões relativas aos problemas de saúde que lá me levaram, batessem à porta e com o tradicional "Posso?", uma empregada, por dá cá aquela palha, venha perguntar alguma coisa, procurar algum papel, ou simplesmente advertir a médica sobre algo. Em nenhuma das ocasiões me pareceu que o assunto fosse verdadeiramente urgente e justificasse a interrupção. Poderia muito bem ser tratado entre uma e outra consulta. É que simultaneamente ao "Posso?" surge logo a cara e o corpo todo da funcionária, a pedir desculpa, mas já entrou, já falou com a médica, já perturbou. Quem está a ser consultado pára, deixa no ar uma questão, uma informação, uma queixa. E a médica, sempre atenta ao computador, lá se distrai uma vez mais daquilo que lhe deve ser fundamental: dar consulta ao seu paciente!
Há ainda outra questão: e se eu estivesse a ser observada, por que motivo é que seria, assim,  obrigada a mostar a minha barriga ou o meu peito a uma funcionária que nem devia insinuar-se no consultório, quanto mais, espreitar e entrar e interferir naquele momento que é do doente e do respetivo médico?
Um consultório médico não devia ser assim como um confessionário? Inviolável. Íntimo. Privado.
Devia. Mas quem é que se lembra destes preceitos já tão fora de moda?
Agora, bate-se à porta, entra-se e já está! É que sem o papel da doutora com uma dada informação atualizada não há vencimentos para ninguém este mês! Grave. Muito grave.

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