sábado, 9 de fevereiro de 2013

Galo de Entrudo



O Quiquiri levantou o pescoço, sacudiu as asas, fez-se ainda mais sério. Na sagacidade do seu discurso, marcou bem a sua superioridade. Falou das suas penas, sempre coloridas ...e lustrosas e do seu canto magnífico e imperial. Convicto de que só ele sabe, canta de galo e ai de D. Cocorocó se lhe faz frente. Centra em si o mundo, a atenção. Tudo o mais é mero galinheiro. Mesmo a D. Cocorocó, tão esforçada e competente, nunca lhe canta senão para lhe exibir a sua genialidade.
Quiquiri é assim! Ele tem sempre razão e, numa discussão, o último a cacarejar é ele, obviamente!
O pior ou o melhor é que todos (ou quase todos!) o admiram e julgam-no mesmo insubstituível.
Bajulam-no e temem-no porque das suas bicadas furiosas ninguém escapa.
As penas continuam cintilantes, a crista altiva e rosada, o canto estridente, irrompante, excessivo.
No entanto, à calada, há quem se atreva vaticinar-lhe uma boa cabidela.

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