sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Escrevo

"Adolescente ainda, as palavras eram sons que me levavam de fulgor em fulgor, de febre em febre: escrevia como olhava o mar, imaginando cidades na margem invisível do horizonte. Escrevia pela ânsia de viver, pela luz em que julgava ir tornar-me. Há muito que essa luz se apagou e que não escrevo assim. Nem já para fingir viver. Foi longo o caminho de aprendizagem, e trago comigo as personagens que ficaram em mim e que fui encontrando nestes livros todos. Vivemos juntos e sonhamos juntos enquanto durmo. Sem elas eu não existia. O que escrevo, em sua maior parte, não me pertence. Pertence-lhes. E hoje escrevo para resistir, para que nenhuma delas morra senão quando eu morrer."
Nuno Dempster

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1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Escrever é assim... Importante tarefa, algo que se nos cola à pele e passa a fazer parte de nós, mas naturalmente, significativamente...

2 de setembro de 2008 às 14:14  

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