sábado, 14 de março de 2009

Botão

"Ele era um botão lindo, de um azul brilhante, cor do céu, de uma cor tão bela que valorizava qualquer casaco. Mas esse botão tinha um problema: quando o provocavam, quando lhe diziam que ele era isto... ou aquilo... que ele não passava de um botão bonito, mas com pouca cabeça... ele mudava de cor, ficava vermelho, vermelho de raiva, um vermelho baço, feio.
E porque quando se irritava mudava de cor, e deixava, portanto de combinar com os casacos onde o colocavam, este botão estava sempre a ser devolvido, sempre a voltar à casa da costureira. Já imaginaram o que seria num casco azul, de um momento para o outro, aparecer com um botão vermelho? Gostavam que isso vos acontecesse? As donas dos casacos também não..."
in HISTÓRIAS PARA CONTAR CONSIGO, Margarida Fonseca Santos e Rita Vilela

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5 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Filipe disse...
O importante é procurar o casaco certo, mesmo que ele não exista, enquanto dura a procura o botão está vivo.

14 de março de 2009 às 17:22  
Anonymous Anónimo disse...

Quando procuramos os botões está tudo bem, um abracinho.

15 de março de 2009 às 13:57  
Blogger Sentidamente disse...

Provávelmente era isso!
Se há sempre a metade certa, o botãozinho azul,teimava na procura da sua metade casa...
beijinhos

15 de março de 2009 às 17:24  
Blogger Jelicopedres disse...

Já agora, um desafio...

- "Qual é a coisa qual é ela que mal entra em casa, se pôe à janela"?

(quem não sabe, ponha o dedo no ar)

Não vejo um único "dedinho" no ar!!?...
E porquê?
Porque estou frente ao computador, comentando, um lindo botão azul.

Beijinho para si Fátima :))

17 de março de 2009 às 07:35  
Blogger Coisas da Vida disse...

Olá, a todos!
Grata pelas vossas visitas e pelos comentários tão deliciosos!
Este texto é extraído de um livro de contos. É um livro de contos diferente porque cada conto é uma metáfora. Este do botão azul é a metáfora de todos nós quando, na nossa vaidade pessoale na nossa dignidade, não admitimos que ninguém nos desafie ou contrarie, ou mesmo se nos oponha, desdenhando abertamente do que somos ou do que fazemos. Situação esta que ocorre tantas e tantas vezes e com a qual, ao lermos este conto, aprendemos a lidar um pouco melhor. É que, às vezes, há quem tenha um enorme prazer em ver-nos mudar de cor, em ver-nos ficar vermelhos, ao invés de nos aguentarmos na serenidade azul do nosso botão interior!
Adorei este livro e ter ouvido contar estas histórias pelas duas autoras, na passada 6ª feira, fez-me um grande bem. Elas estiveram na Biblioteca Manuel da Fonseca!
Quis, aqui, partilhar com todos vocês esta minha experiência de ouvinte e, depois em casa, de leitora.
Jinhos e até sempre!

18 de março de 2009 às 13:42  

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