Cativeiro
Quando é que o cativeiro
Acabará em mim,
E, próprio dianteiro,
Avançarei enfim?
Quando é que me desato
Dos laços que me dei?
Quando serei um facto?
Quando é que me serei?
Quando, ao virar da esquina
De qualquer dia meu,
Me acharei alma digna
Da alma que Deus me deu?
Quando é que será quando?
Não sei. E até então
Viverei perguntando:
Perguntarei em vão.
Fernando Pessoa
Etiquetas: Outras Vozes
2 Comentários:
Pessoa, sempre preso no cativeiro da sua própria genialidade.
"Quem sou eu
assim perdida
envolvida nesta bruma
sou alguém
que se perdeu
serei outra
ou nenhuma?"
(Carolina)
Melhoras para a mãe!
bjh
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