Sina
Pouco vale o que eu escreva
Pouco importa o que eu invente.
Nasci a contragosto...
Tenho sina de oposto;
Já meu próprio sim me desmente.
A quem eu amo está ausente.
Quem me quer é sem carinho.
Dou uma flor, recebo um espinho.
O amor chega rindo e me invade
Mas mente e fere devagarinho.
No meu lado esquerdo, coitado,
O meu coração está quebrado.
Ora, ora ele que se cole sozinho!
Etiquetas: Desvarios
5 Comentários:
Vale mais coração quebrado, que coração nenhum!
;)
Olá, Fátima!
A sua "Sina", é continuar a brindar-nos com a sua poesia...!
(vi-a ao longe com a mamã no espectáculo de Ana Moura, depois perdi-me completamente, entre a multidão que enchia o recinto e a voz inegualável de Ana Moura...)
Beijinho
É a contragosto que a vejo escrever tão pungentes palavras.
Mas ainda no Sábado passado (esse sim, a gosto, e não a contragosto), me dizia que o poeta é um fingidor, não é ?
Pungentes sim, mas belas, muito belas palavras.
Um comentário...
Apanha essa flor, sente o seu perfume, absorve-a em toda a sua beleza e...
Não a dês, dá luz ao teu coração.
bj...nho
Lembrei-me da “nossa” charneca, pradaria única e solitária, floresce e seca numa renovação constante. Os restos secos do anterior ciclo, persistem mas a pouco e pouco dão lugar á nova vegetação. É assim também o ser humano e o amor, um bocadinho de espaço, por inerência solitário. Mesmo quando rodeado por outras paisagens que lhe sorriam com afecto, verdadeiramente, só consigo conta. Só a vontade, perseverança e luta lhe concertam o desconcertado. O coração vai mesmo ser o obreiro do seu próprio rombo…
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