Exiguidades
Eu tenho a forma, mas não sou gente
Eu tenho a força, mas não tenho raça
Eu tenho intenções, mas não tenho concretizações
Eu tenho humor, mas não tenho graça
Eu tenho palavras, mas não tenho paixões
Eu sou temporal, mas apenas breve chuvisco
Eu sou ridícula, mas não desisto!
Eu sou a farsa, a fantasia de uma quimera
Solta sem rédeas no vento que passa
No desejo do quem me dera!
Etiquetas: Desvarios
3 Comentários:
Saudades de "Banalidades"...ainda bem que chegou. É tão bom ler estes poemas, que nos levam a sentir e a tentar decifrar o que vai na alma de quem está no outro lado da escrita.Bj grande
Para mim, este lindo poema, traduz a insatisfação tão comum na alma humana. Faz-me pensar na distância, sempre (?) existente, entre o querer e o ser, o sonhar e o concretizar. A angústia vem do reparar nessa diferença. Quem não se interroga não se sente inquieto.
Como disse Mário de Sá Carneiro:
“ Um pouco mais de sol eu era brasa .
Um pouco mais de azul eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa …
Se ao menos eu permanecesse aquém…”
beijinho
Eu tenho ... a sorte de a ter tido como Professora e de a ter reencontrado aqui.
Que belo poema.
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