domingo, 30 de dezembro de 2012

Agora são os amigos!

Chegados ao Natal, muitas pessoas amigas, conhecidas ou até familiares regressam a Portugal, uma vez se encontrarem no estrangeiro por motivos de trabalho ou de estudos. É, pois natural, o reencontro.
Dá gosto encontrar pessoas que já se não viam há tempos. Ver como cresceram, engordaram, envelheceram ou estão até mais bonitas e, sobretudo, diferentes!
No Natal, entro numa pastelaria e lá vem aquela colega que casou com um médico e está em Berlim porque lhe dá jeito a ela e à filha que aí está a fazer um qualquer curso. Na rua, de braços abertos, vem um antigo vizinho que, depois de ter estado em Boston ao serviço da Marinha Portuguesa, me reconhece e quer saudar-me. Se visito algum familiar, encontro um primo que anda lá pela Suiça a trabalhar que nem um desalmado porque aqui em Portugal já não dá!
Enfim, é assim. Alegramo-nos todos muito, pomos a conversa em dia, desejamo-nos as Boas Festas e falamos do novo ano com as expetativas que podemos ter!
Por acaso, até tenho uma afilhada, moça inteligente que sempre mereceu consideração e alguns presentes de madrinha, como calha bem. A rapariguita, bonita, jeitosa e ousada, após a sua licenciatura,  e etc, tanto fez que conseguiu (e ainda bem!) ir realizar o seu doutoramento para Roma. Despesas para a família, claro. Tudo com gosto, claro, que a aluna excelente é merecedora. Como madrinha, achei que esta era a ocasião mais do que certa para a auxiliar. Não com os presentinhos constantes e do costume. Com um pouco mais. Uma verba mais avultada para tanta e tanta despesa. Pois então! Assim, pensado no seu futuro, vou pondo de parte o que posso e por altura do aniversário, aí está o presentão na sua conta bancária. E já lá vão 3 anos.
A afilhada vem passar o Natal. Pergunto por ela,.Está bem. Satisfeita. Com bons resultados. E vem cá a casa ver-me? Isso é que talvez não dê, é que agora são os amigos. São muitas as saudades. Não há tempo para mais.
Talvez os amigos (na verdade muito importantes para todos nós!) e tão amigos que são (!) a possam subsidiar daqui para a frente. Ainda lhe faltam mais dois aninhos para acabar o doutoramentozinho.
Ah, afilhadinhada madrinha!

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Outra vez Natal



Cá estamos nós. Outra vez Natal. O tempo passa rápido e quando menos esperamos aí está ele - o Natal.
Apesar da crise, o Natal continua marcado pelo consumismo, pela corrida desenfreada aos supermercados e às lojas,  numa dependência materialista invencível. Ninguém se lembra do Menino Jesus; apenas o Pai Natal, a Mãe Natal fazem sentido. As crianças, soberbas e de peito feito, exigem brinquedos de determinadas marcas e características porque, caso contrário, estarão fora do círculo dos seus amiguinhos. Pobres brinquedos desfazados das suas vontades, esses nem são abertos; para ali ficam. Talvez nem os retirem das embalagens.
Ouvi uma criança dizer: "Olha, apenas 3 acertaram", o que queria dizer que houve 3 pessoas, que sabendo das suas exigências, lhes compraram exatamente o que esperava receber! Mas numa pilha, ao lado, ficavam as roupas, outros carrinhos, outros jogos... Sem interesse porque essa criança, como tantas outras, tem tudo e, como tal, as prendas só merecem a sua atenção quando são as tais, as especiais!
Falemos agora da ceia de Natal. Mesas fartas, cheias de petiscos deliciosos, onde avolumam as entradas, os patês, os camarões, os panadinhos, as bocas de sapateira, a salada de polvo... Come-se de tudo e com grande avidez. Depois, vem o prato principal: o bacalhau e as couves e todos franzem o sobrolho, pois já nem há apetite! Insiste-se e todos beliscam. Metade vai no prato para deitar fora. A seguir, vem ainda um prato de carne que também se belisca, porque os olhos já se fixaram nas sobremesas... Empanturramo-nos de doces e bolos, mais um copinho de ginginha ou de moscatel...
Quando a meia noite chega, estamos esgotados e é com esforço que permanecemos acordados à espera que o Natal faça a sua aparição.
E a família? Claro, é o mais importante! Mas é sempre o mesmo. Ninguém conversa dois minutos, pois as crianças gritam e interrompem, exigem atenção e é a noite de Natal. Natal das criancinhas. Os velhotes, esses cabeceiam de sono e só respondem por monóssilabos. Os adultos, pais e assim, gostam de se gabar: eles são os melhores, melhores como pais, como esposos, como profissionais; falam dos outros como se de atrasados mentais se tratassem e só eles existissem com o descernimento necessário para fazer girar o planeta!
E os ciúmes? A tia gosta mais do Pedro do que de mim. Nâo. O João é que gosta da tia porque a tia sabe dar bons presentes. Eu nasci primeiro, logo sou o preferido. A avó também sabe que todos os netinhos são excelentes, mas a mais novinha é tão diferente. O avô diz-lhe que aquela é a cara chapada da avó quando ela era nova!
Todos estão entretidos e derretidos. A televisão ligada passa imagens de filmes mágicos a quem ninguém pode prestar atenção! Todos falam e se agitam ao mesmo tempo. Há mesmo uma gritaria que é constante. E as fotos? Uma verdadeira explosão. Todos armados de máquinas sofistificadíssimas  querem captar todo e qualquer momento. Tiram-se fotografia a todos e a tudo. Um gargalo de garrafa, uma fatia de bolo dentada, uma criancinha a espirrar, um velhote de placa a descair, um cesto de fritos e pastéis, uma casca de tremoço... Dá gosto.
Que linda noite de Natal. Que Natal tão suave e harmonioso, no aconchego da família e na curiosidade de um qualquer presente!

Agora, venha a passagem de ano!

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