quarta-feira, 30 de junho de 2010

Partida

Neste momento, aguço os sentidos
Nenhuma palavra dita, nenhuma rosa brava
Nem um olhar, nem um gesto breve
Sequer um beijo, sequer um riso
Só a pergunta na garganta adormecida:
- Porto efémero de partir, aonde vais parar?

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sábado, 26 de junho de 2010

Percursos

Passo a passo vou passando
Alongam-se-me os caminhos percorridos Alargam-se-me os ainda a percorrer Nada mais é senão passo e estrada Estrada e passo Até que mais não haja passo Até que mais não haja estrada.

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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Homenagem

Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos, com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente dentro do fogo.
Temos um talento doloroso e obscuro.
Construímos um lugar de silêncio.
De paixão.
Herberto Helder

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terça-feira, 15 de junho de 2010

Dolorosamente

Imperceptivel e penosamente há uma escuridão Por detrás dos olhos; há uma ausência de palavras Como se de usadas, se tivessem gasto definitivamente. Há uma incapacidade de tudo, em tudo, uma impossibilidade. Todavia, o dia é azul e luminoso e os pássaros cantam. Talvez, tenha sido eu que, emudecida, me quedei. Talvez, tenha eu apenas morrido sem me aperceber.

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sábado, 5 de junho de 2010

Exiguidades

Eu tenho a forma, mas não sou gente
Eu tenho a força, mas não tenho raça
Eu tenho intenções, mas não tenho concretizações
Eu tenho humor, mas não tenho graça
Eu tenho palavras, mas não tenho paixões
Eu sou temporal, mas apenas breve chuvisco
Eu sou ridícula, mas não desisto!
Eu sou a farsa, a fantasia de uma quimera
Solta sem rédeas no vento que passa
No desejo do quem me dera!

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