domingo, 13 de janeiro de 2013

A casa do pintor Emmerico Nunes!


 Veja-se o estado lastimável em que deixaram chegar a casa do pintor Emmerico Nunes, em Sines! Esta casa é uma edificação de cerca de 200 ou mais anos e foi residência da família Pidweell, à qual pertencia a esposa deste pintor. Foi nesta ca...sa que o pintor faleceu, bem como Clotilde Pidweell Nunes, sua esposa. A casa foi herdada por sua filha, Maria Helena Montes Palma já falecida. Contudo, foi expropriada pelo Gabinete da Área de Sines, por ocasião das obras do Porto de Mar.
Agora, para ali está, uma sombra, um espectro de um passado que Sines deveria reeguer, validando aquele espaço, dando a conhecer o prestígio dos seus moradores, nomeadamente o de Emmerico Nunes, pintor que ali viveu durante as últimas décadas da sua vida.
Ontem estive em Alpiarça na Casa Museu dos Patudos, (de José de Mascarenhas Relvas) que adorei e não me cansei de pensar na possibilidade de transformar também este edifício na Casa Museu Emmerico Nunes!
Cá por mim, se houvesse forma de reunir todos os objetos, mobillias, roupas, acessórios, quadros, etc, seria capaz de os colocar exatamente nos seus lugares! Tenho tudo na minha memória, pois vivi lá até aos 14 anos e jamais esquecerei esse importante período dourado da minha vida!
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domingo, 6 de janeiro de 2013

Ensaios



Na escola sempre houve desde há anos a tradição do teatro. Professores e alunos, retirando os devidos proveitos pedagógicos, gostam de dramatizar alguns textos curriculares ou sem ser, sem esquecer o precioso reportório do nosso prezado Gil Vicente. Têm, assim, sido muitos os trabalhos de encenação/representação que acontecem na escola para satisfação de muitos e, talvez, aborrecimento de outros, porque isto "não há bela sem senão"!
No Natal, no dia dos Namorados, no dia do Patrono, no final do ano ou quando calha e dá jeito, as várias gerações de alunos que vão passando pela escola empenham-se nestas atividades e , retirando muitas horas à sua vida pessoal, num esforço que é premiado pela satisfação de conceber, recriar, representar,  desenvolver capacidades múltiplas e ser aplaudido, mostram à comunidade aquilo que lhes é possível, pois que de um amadorismo muito grande.
Em tempos idos, criaram-se grupos de teatro da escola: " A Pedra", "O Círculo" e o saudoso "Emoções". Mas nesse tempo, havia muito tempo... Os alunos não tinham tantas aulas, tantos apoios, tantos gabinetes de explicação, tantas atividades; tinham a manhã ou a tarde ocupadas com aulas, o que significa que uma parte do dia estava livre para o estudo, para o convívio (que é também necessário!), para o que quisesssem... Foram muitas as tardes ou manhãs que estes grupos de pseudo-atores se reuniam para ensaios. Horas seguidas. Muito trabalho porque mesmo algo muito rudimentar dá sempre muito trabalho!
Agora, a escola considera, com grande naturalidade, que as atividadees teatrais devem ser uma realidade, até porque os alunos do 7º e do 8º anos têm 45 minutos de Teatro! Imagine-se! 45 minutos de Teatro por semana e uma turma inteira. Só quem não faz a mínima ideia do que deve ser uma aula de teatro é que  pode ter pensado nesta aberração. Mas vai-se vivendo, que remédio!
Claro, que há alunos que se interessam, querem muito trabalhar, aprender técnicas, tentar o palco, a representação. Por isso, selecionam-se alguns. Foi o que aconteceu no final deste 1º período.
Mas então, surge o grande problema: como arranjar horas comuns a todos para se trabalhar? Como ter tempo em comum para se ensaiar? Como ter tempo para ensaios, com os horários apertados que alunos e professores atualmente têm?
Apesar de todos estes constrangimentos, persiste-se na ideia. O gosto pelo teatro é soberano e faz-se "das tripas coração". Vão-se fazendo ensaios de um grupo agora, de outro daqui a pouco ou noutro dia... De facto, o teatro tem de vencer!
Assim, já com algum trabalho adiantado, adereços selecionados e preparados,bem como o guarda-roupa, marcou-se, num milagre autêntico, um ensaio geral com TODOS! Finalmente, naquela tarde, todos podíam comparecer e ensaiar simultaneamente ritmos, movimentos, intearções, marcações cénicas, entre outras coisas. Ficou tudo combinado; guarda-roupa devidamente organizado, adereços alinhados; tudo ali no Polivalente da Escola, espaço devidamente equipado, onde se pode proceder com mais à-vontade aos trabalhos de ensaio!
Mas.... Surpresa!!! Não é que inopinadamente, o Conselho Pedagógico resolveu reunir exatamente naquela hora e no referido espaço! E alguém quis lá saber de ensaios ou coisa que o valha?!
Pois foi. Lá se foi o ensaio geral. O que vale é que os alunos  (cerca de 20!) não desanimam e eles mesmo decidiram - "Não há problema, faz-se o ensaio geral e a apresentação de uma só vez. Fica tudo resolvido!"
E assim teve de ser. No último dia de aulas, numa improvisação constante, com entradas e saídas perfeitamente inesperadas, num ritmo que nada tinha a ver com o pretendido apresentou-se o momento de teatro "O Escadote", onde até a neve artificial teimou em não cair... Aconteceu o que aconteceu.
E daqui para a frente não se perspetivam senão situações semelhantes. É pena porque os alunos gostam e fazem tudo sempre com entrega e criatividade. Mas atualmente as condicionantes são muitas e o teatro é uma arte que necessita de dedicação, paciência, persistência, insistência, ensaios e mais ensaios...
Hoje já não há tempo para tanto! Se alguma atividade se fizer, tem  que ser rápida, barata e muito fixe! Que não incomode ninguém! Que não exija nada, muito menos espaço e tempos próprios!
 Ao jeito do  fast food!

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sábado, 5 de janeiro de 2013

Posso?


Até hoje, nunca fui a uma consulta ao Centro de Saúde sem que, no momento em que exponho à médica de família as minhas  questões relativas aos problemas de saúde que lá me levaram, batessem à porta e com o tradicional "Posso?", uma empregada, por dá cá aquela palha, venha perguntar alguma coisa, procurar algum papel, ou simplesmente advertir a médica sobre algo. Em nenhuma das ocasiões me pareceu que o assunto fosse verdadeiramente urgente e justificasse a interrupção. Poderia muito bem ser tratado entre uma e outra consulta. É que simultaneamente ao "Posso?" surge logo a cara e o corpo todo da funcionária, a pedir desculpa, mas já entrou, já falou com a médica, já perturbou. Quem está a ser consultado pára, deixa no ar uma questão, uma informação, uma queixa. E a médica, sempre atenta ao computador, lá se distrai uma vez mais daquilo que lhe deve ser fundamental: dar consulta ao seu paciente!
Há ainda outra questão: e se eu estivesse a ser observada, por que motivo é que seria, assim,  obrigada a mostar a minha barriga ou o meu peito a uma funcionária que nem devia insinuar-se no consultório, quanto mais, espreitar e entrar e interferir naquele momento que é do doente e do respetivo médico?
Um consultório médico não devia ser assim como um confessionário? Inviolável. Íntimo. Privado.
Devia. Mas quem é que se lembra destes preceitos já tão fora de moda?
Agora, bate-se à porta, entra-se e já está! É que sem o papel da doutora com uma dada informação atualizada não há vencimentos para ninguém este mês! Grave. Muito grave.

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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Patas de fora!



O meu avô Jacinto já morreu há muitos anos e com oitenta e tal anos. Era um homem simples, do campo e que gostava de me contar histórias e de me ouvir rir.
Havia uma figueira no valado do lado esquerdo do monte que dava deliciosos figos pretos. Nunca comi nada semelhante. Carnudos, doces, frescos porque colhidos pela manhã. Era ele quem mos trazia e, logo ali ao pequeno almoço, me alambanzava com eles. Tão bons, avô! Tão bons...
E sabes porquê, netinha? Porque para tudo há um  milagre. Que milagre, avô? Ora, o milagre da nossa égua. Uma égua que trabalhou  muito, ajudou o avô e quando ficou velhinha morreu, assim como eu hei-de morrer qualquer dia, netinha! Ora, avô... Pois, a égua morreu e sabes onde é que eu e os teus tios a fomos enterrar? Lá no sítio, onde mais tarde se dispôs a figueira! Aquilo foi cá um trabalhão. O buraco teve de ser enorme, pois a Catita era uma bela égua! E depois, quando demos pela coisa, enterrámos a égua de patas para o ar; as quatro patas ficaram de fora. Como cobri-las de terra? Que berbicacho! Dispor a Catita de lado é que era, avô! Sim, mas era cá uma côva que nunca mais acabava e julgas tu que aquilo ali é terra macia? Olha que é so pedragulhos. Uma dificuldade. Então, o que fizeram? Só havia uma solução. Qual, avô? Ora, netinha, desta vez não vais achar graça, mas tens de ver que isto são coisas da vida... Cortámos-lhes as patas e pronto. Assunto resolvido. Lá por causa disso, a terra não refilou e é vê-la cheia de  pasto farto para as ovelhas e a figueira, então já sabes.... Figueira como aquela não encontras em mais lado nenhum.Com cada figo! Parecem feitos de mel!

Ai, ai, as histórias do meu avõ. O certo é que deixei de gostar de figos pretos. Agora, só figo moscatel.

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