sábado, 11 de julho de 2009

Esperanças

Vieram mudanças e vieram as esperanças!
Então,vou apertar nós, despir caminhos, carpir palavras, desescrever ilusões
olhar céus, contemplar nuvens e ventos,
crescer nas marés, mergulhar em ondas vagas
soltar, das mãos cheias, o buquê azul de hortênsias vivas...
Agora, aquecer as mãos que, num antigo entardecer,
se soltavam de anseios;
Agora, tecer nos dedos mil remoinhos
desse mar que invade e refresca.
Quem sabe o que reservam os dias que hão-de vir,
se em si preservam o ardor ou, se qual moinhos,
lançam desafios de sonhadas velas?
E os restos do que foi felicidade porque também a houve,
que esse mesmo mar os trague em suas rebentações brancas.
Melhor assim.

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terça-feira, 7 de julho de 2009

Histórias

Reparo. Há pessoas que gostam de contar histórias. Não há nada para contar. Contudo, puxam o paladar das palavras, fixam-se em pormenores, acrescentam aqui e ali uma nova nuance, um arremedo de enredo para dar mais cor e sedução. Depois, servem-na devagar entre sorrisos e cumplicidades, tal como convém.
Há histórias que não nada têm de especial, não chegam sequer a ser história...
Apesar disso medram, impõem-se, espalham-se como uma maré cheia - são as histórias!
Então, fecho os ouvidos. Fecho os olhos. Encerro as emoções e reservo-me.
Às vezes, até acho que perdi a memória.
Será porque repito sempre os mesmos erros, insisto nas mesmas histórias?
As histórias histórias.

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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Anoitecer

Ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio
e a difícil arte da melancolia
Al Berto

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