sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Paixão

Fui à feira  das borboletas
e comprei borboletas
para ti,
meu amor...
Fui à feira dos licores
e comprei licores
para ti,
meu amor...

Fui à feira do ferro velho
e comprei correntes
fortes correntes
para ti,
meu amor ...
Fui à feira de escravos
Olhei por todos os lados
mas não te encontrei,
meu amor.

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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Carnaval



O Carnaval sempre me fascinou. Desde criança, pois que morava em Sines, ia assistir ao cortejo. Os carros alegóricos (desenhados nesses anos por Emmerico Nunes) pareciam-me enormes e maravilhosos. As máscaras misteriosas assustavam-me um pouco... mas aguçavam-me a imaginação. Na 3ª feira Gorda, o Carnaval era a valer com um final destrutivo, em que, para além das bisnagadelas de água, não faltavam os saquinhos de pano colorido, cheios de serradura que eram atirados a todos de todos os lados. Eu apanhava com eles e, apesar do desagradável da situação, adorava, já que os apanhava para com eles depois brincar.
Naquele tempo, tal como agora, os sinienses tinham vaidade no seu Carnaval que durava de Sábado a 4ª Feira de Cinzas com o Enterro do Entrudo, evento que em muito me intrigava, pois a mistura da morte com o humor ainda me fazia confusão! Eram dias em que toda a gente se divertia. Pelas ruas, havia ranchos mascarados que iam a casa de quem conheciam. Era animado, reconhecer aqui e além gente nossa amiga metamorfoseada de cigana, de caçador, de fantasma, de carochinha, de mulher do monte ou outra coisa qualquer!

O Carnaval de Sines este ano teve o seu esplendor. O mau tempo não ajudou, mas o calor de quem o viveu deu e sobejou!

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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Galo de Entrudo



O Quiquiri levantou o pescoço, sacudiu as asas, fez-se ainda mais sério. Na sagacidade do seu discurso, marcou bem a sua superioridade. Falou das suas penas, sempre coloridas ...e lustrosas e do seu canto magnífico e imperial. Convicto de que só ele sabe, canta de galo e ai de D. Cocorocó se lhe faz frente. Centra em si o mundo, a atenção. Tudo o mais é mero galinheiro. Mesmo a D. Cocorocó, tão esforçada e competente, nunca lhe canta senão para lhe exibir a sua genialidade.
Quiquiri é assim! Ele tem sempre razão e, numa discussão, o último a cacarejar é ele, obviamente!
O pior ou o melhor é que todos (ou quase todos!) o admiram e julgam-no mesmo insubstituível.
Bajulam-no e temem-no porque das suas bicadas furiosas ninguém escapa.
As penas continuam cintilantes, a crista altiva e rosada, o canto estridente, irrompante, excessivo.
No entanto, à calada, há quem se atreva vaticinar-lhe uma boa cabidela.

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