quinta-feira, 20 de maio de 2010

Mentira

Sou mesmo assim...
Invento a dor que pressinto e nada sinto.
Acrescento-a noutro momento.
Desminto e minto ser dor o meu tormento.
Mais dói se em tormento minto.
Ora, dor que consinto é-me alento...
Após um momento, dor acrescento à que sinto
E àquela que pressinto se invento!

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sábado, 8 de maio de 2010

Silêncio

Hoje o silêncio é de lua cor-de-romã madura
À janela de uma cantiga medieval cantada em provençal
Ou em plangente galaico-português
Ou numa qualquer outra língua romance
Feita de vento brincando nos galhos de pino verde,
Feita de meninhas louçanas em alvoroço,
Na beira das praias, nas fontes e nas ermidas solitárias...
No silêncio de abismos escondidos nas pregas dos vestidos
E nas mãos acarinhando do amado o corpo nu e ausente;
No silêncio de noite fria que se alonga e se escusa à madrugada,
Nada existe para além de mim sentada e só como sempre.

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