Esperanças

Vieram mudanças e vieram as esperanças!
Então,vou apertar nós, despir caminhos, carpir palavras, desescrever ilusões
olhar céus, contemplar nuvens e ventos,
crescer nas marés, mergulhar em ondas vagas
soltar, das mãos cheias, o buquê azul de hortênsias vivas...
Agora, aquecer as mãos que, num antigo entardecer,
se soltavam de anseios;
Agora, tecer nos dedos mil remoinhos
desse mar que invade e refresca.
Quem sabe o que reservam os dias que hão-de vir,
se em si preservam o ardor ou, se qual moinhos,
lançam desafios de sonhadas velas?
E os restos do que foi felicidade porque também a houve,
que esse mesmo mar os trague em suas rebentações brancas.
Melhor assim.
Etiquetas: Desatinos