E aí está ela sem saber se conta estrelas
Ou se recolhe antes os cacos de vidros partidos.
Um ou outro provavelmente, mais uma vez, feri-la-á.
Por isso, deixa-os onde estão.
Talvez mais tarde, saia em busca de rosas brancas
Talvez, com sorte, encontre algures um nítido girassol
Talvez espreite as luzes da cidade deslumbrantes
Talvez faça de um rio o seu vestido de bailar
Ao luar, na chuvada deste reveillon...
Talvez apenas se sente na penumbra da varanda
Sorvendo pequenos goles de champanhe e solidão
À luz dos fogos de artifícios longínquos
Antes que ouça arrebatada a "Pasión" do Rodrigo
Talvez, enfim, ela adormeça para acordar pouco depois
E, assim preparada, receba o Novo Ano!